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PRISÃO PARA DELATORES
Joesley Batista e Ricardo Saud já estão presos na PF em São Paulo

Data da notícia: 2017-09-10 18:12:17
Foto: ABr

O empresário Joesley Batista e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud se entregaram por volta das 14h15 do domingo (10) à Polícia Federal (PF), em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria da companhia. A prisão temporária foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O pedido de prisão foi feito depois de Janot concluir que os colaboradores esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos. A conclusão de que os delatores omitiram informações passou a ser investigada pela PGR a partir de gravações entregues pelos próprios delatores como complemento do acordo.

O empres?rio Joesley Batista e o ex-executivo da JBS Ricardo Saud omitiram que estavam sendo aconselhados pelo ex-procurador da Rep?blica Marcelo Miller durante o processo do acordo de delaçã premiada. A constataçã esta na decis?o na qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou a prião temporaria, por cinco dias, dos acusados, a pedido do procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot. Apesar da concluão, Fachin negou pedido de Janot para que Miller tambem fosse preso, por entender que ainda nã?o ha indicios que justifiquem a medida em relação ao ex-procurador, acusado por Janot de fazer jogo duplo em favor da JBS durante o periodo em que trabalhou no Ministerio Publico Federal (MPF), antes de pedir demissao para integrar um escritorio de advocacia que prestou serviços a empresa.

"Percebe-se, pelos elementos de convicção trazidos aos autos, que a omiss?o por parte dos colaboradores quando da celebração do acordo, diz respeito ao, em principio, ilegal aconselhamento que vinham recebendo do entao procurador da Republica Marcello Miller", disse Fachin.

Antes de pedir a prisão dos envolvidos ao STF, Rodrigo Janot suspendeu os beneficios do acordo de colaboração premiada e, consequentemente, anulou a clausula que dava imunidade penal a Joesley Batista e Ricardo Saud ate que a investigação aberta para apurar o caso seja finalizada pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR).

A PGR também pediu a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, mas Fachin disse que não há elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária.

Fachin havia determinado que o cumprimento dos mandados ocorressem com a “máxima discrição e com a menor ostensividade”, evitando o uso de algemas, pois não se trata de pessoas perigosas. “Deverá a autoridade policial responsável pelo cumprimento das medidas tomar as cautelas apropriadas, especialmente para preservar a imagem dos presos, evitando qualquer exposição pública”, diz a decisão.

No sábado (9), a defesa do grupo J&F colocou à disposição os passaportes do empresário Joesley Batista e do ex-diretor de Relações Institucionais da holding Ricardo Saud. A defesa do ex-procurador Marcelo Miller também colocou os documentos dele à disposição.

Defesa

A defesa do empresário Joesley Batista e do ex-executivo do grupo J&F Ricardo Saud contestou, por meio de nota, que eles tenham mentido ou omitido informações no processo que levou ao acordo de delação premiada. “Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria [Geral da República] e depois são chamados a depor. Nesse caso, Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos”, diz a nota.

A defesa relembra que, no dia 31 de agosto, cumprindo o prazo do acordo, foi entregue à PGR, além dos áudios, anexos complementares para compor a delação. Os advogados apontam ainda que eles aguardam para serem ouvidos. “O empresário e o executivo enfatizam a robustez de sua colaboração e seguem, com interesse total e absoluto, dispostos a contribuir com a Justiça”, afirma a defesa.

Advogado

O advogado de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, divulgou uma nota afirmando que os delatores cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto ao assinarem o acordo de delação premiada. “Não pode o Dr. Janot [Rodrigo Janot, procurador-geral da República] agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”, disse o advogado, em defesa da revisão do uso do instituto de delação premiada.

Fonte: Camila Maciel – Agência Brasil






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